Antes de desaparecerem, dois dos cinco maranhenses que foram sequestrados e mortos em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, enviaram um áudio ao patrão relatando que três colegas já haviam sido levados por integrantes de uma facção criminosa. Pouco tempo depois, eles também desapareceram.
O áudio foi obtido durante as investigações sobre o desaparecimento das vítimas.
Na gravação, um deles afirma que “uns caras” foram até o alojamento onde estavam hospedados e levaram os colegas, acusando-os de serem membros de uma organização rival.
“Olha, se eles estiverem com facção rival, eles vão para o saco, tá avisado, aqui não tem criança não”, diz a pessoa.
Na conversa, o patrão demonstra preocupação e diz temer que algo assim pudesse acontecer, já que, segundo ele, a região de Várzea Grande é “barra pesada”. Ele ainda tenta entrar em contato com outro funcionário para obter mais informações, mas não recebe resposta.
O áudio também sugere que, apesar de estarem no mesmo alojamento, os cinco homens não se conheciam bem e não sabiam o passado uns dos outros. Depois desse último contato, nenhum deles foi visto novamente.
Cinco trabalhadores maranhenses desaparecidos
As vítimas foram identificadas como Diego de Sales Santos (22 anos), Wallison da Silva Mendes (21 anos), Wermison dos Santos Silva (21 anos), Mefibozete Pereira da Solidade (25 anos) e Walyson da Silva Mendes (25 anos).
Eles chegaram em Mato Grosso após serem contratados para trabalhar e estavam há cerca de uma semana no alojamento da empresa. No dia 9 de janeiro, os jovens desapareceram sem deixar rastros.
Segundo a Polícia Civil, o desaparecimento foi comunicado pelo proprietário da empresa onde eles trabalhavam. O empresário informou que, no dia seguinte à chegada dos maranhenses, foi até o alojamento para buscá-los, mas não encontrou ninguém. Desde então, eles não foram localizados e não atenderam mais ligações.
A polícia acredita que o grupo tenha sido sequestrado e executado por membros do Comando Vermelho, sob a suspeita de que faziam parte de uma facção criminosa rival.
Investigação segue em andamento
O caso é investigado pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As autoridades analisam imagens de câmeras de segurança e buscam testemunhas que possam fornecer mais detalhes sobre o crime.
Quem tiver informações pode entrar em contato com a Polícia Civil pelo número 197 ou diretamente na DHPP pelo telefone (65) 98173-0565.
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