Ojuiz Vagner Dupim Dias, da 3ª Vara de Juína, concedeu liberdade provisória a Francisco José Andriotti Prada, de 53 anos, após realização de audiência de custódia e pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil. Francisco foi flagrado por câmeras de segurança suspeito de permitir e assistir seus quatro cachorros atacando um gato até a morte, nesta quarta-feira (12).
Quando abordado por agentes da Polícia Civil, Francisco alegou que foi incapaz de conter os animais, entretanto, os policiais deram voz de prisão, pois consideraram o álibi dele contraditório, se comparado às imagens de câmeras de segurança que mostraram o acusado sem reação e não fazendo nada para impedir os ataques, motivado pelo instinto dos cachorros.
Durante a audiência de custódia, Francisco informou ao magistrado que mora sozinho, em uma casa alugada, e que possui uma enfermeira devido a “apagões” que tem por conta de uma cirurgia na cabeça, destacando ser aposentado por invalidez em razão dessa lesão no cérebro.
Sobre o incidente, Francisco declarou que saiu para correr com seus quatro cães por volta das 6h da manhã de quarta-feira e disse que um gato pulou e caiu na cerca elétrica, já caindo morto, momento em que um de seus cães avançou no animal e começaram mastigá-lo. Ele alegou que não conseguiu segurá-los em razão das suas condições de saúde, justificando que ficou paralisado, mas posteriormente conseguiu afastar os cães. Francisco confirmou que os cachorros não usavam focinheira, apenas correntes.
Em sua decisão, o juiz entendeu que a conduta de Francisco foi “grave e extremamente reprovável”, destacando que o gato tinha uma tutora, que ficou abalada com a situação já que tinha muito apego ao animal. Entretanto, afirmou que “não se mostra imprescindível uma medida extrema como a prisão”, alegando que Francisco não possui antecedentes criminais e tem residência fixa, de modo que determinou medidas cautelares à prisão. Dupim apontou ainda que garantir a ordem jurídica não significa “se curvar ao clamor social ou às redes sociais”.
Diante disso, o magistrado impôs o pagamento da fiança de R$ 10 mil e proibiu que Francisco saia do estado sem autorização judicial. Outras medidas impostas foram: comparecimento mensal ao juízo; proibição de manter a guarda de animais domésticos e silvestres – enquanto durar o processo; apresentar laudos médicos no prazo de 10 dias.
Ao final da audiência a defesa de Francisco apresentou um atestado médico de Transtorno Afetivo Bipolar e sugeriu a instauração de Incidente de Insanidade Mental. Diante disso, o juiz determinou a realização de exame de insanidade mental.
O caso
O ataque dos cães ao gato aconteceu no final de terça-feira (11). Nas imagens, é possível ver o gato tentando fugir dos cachorros, que aparentam ser da raça husky siberiano. Animal sai correndo desesperado na rua, tenta pular um portão por duas vezes, mas não consegue. Em seguida, os cães, que estão na coleira, atacam o felino.
O ataque dura cerca de cinco minutos e o tutor dos animais apenas olha. Segundo a Polícia Civil, homem “não tentou poupar a vida do animal e nem tentou cessar o ato instintivo dos cachorros”. Segundo o delegado Ronaldo Binoti Filho, responsável pelo caso, o que mais causou perplexidade foi o comportamento do professor durante o ataque. “Aquele comportamento foi o que causou maior estranhamento a todos”, diz.
Veja o vídeo abaixo. Atenção, imagens fortes:
