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Importação de etanol dos EUA gera preocupação no Brasil, diz presidente da Unem

A importação de etanol dos Estados Unidos para o Brasil é vista como um assunto que precisa ser acompanhado de perto, segundo o setor sucroenergético.

Além de competir com o produto nacional, o que pode comprometer a indústria, há o receio de que a entrada do etanol americano possa colocar em xeque a política pública da mistura de etanol anidro na gasolina, que deve passar de 27% para 30% nos próximos meses, caso haja um enfraquecimento da indústria brasileira e a eventual saída do produto americano em dado momento.

De acordo com o presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, em entrevista ao Direto ao Ponto desta semana, outra preocupação é com o cumprimento da meta de descarbonização do Brasil, uma vez que o país utiliza biomassa na produção do biocombustível, tanto a partir de cana-de-açúcar quanto de milho, enquanto nos Estados Unidos é utilizado gás.

O presidente da Unem destaca que o governo brasileiro é soberano para tomar suas decisões, mas que o setor sucroenergético tem apresentado os impactos que uma entrada do etanol americano pode gerar nos empregos na indústria nacional, na arrecadação de impostos, geração de renda e agregação de valor, sobretudo no etanol de milho que trabalha sobre excedentes exportáveis.

“Temos nos aproximado do governo para entender primeiramente toda a pressão que ele está sofrendo do governo americano, para entender quais são as suas posições e para colocar as nossas preocupações”, diz Nolasco.

Setor do etanol de milho vive momento de maturidade

Hoje, 22% da produção de etanol no Brasil é oriunda do milho e outros grãos, como o sorgo, conforme o presidente-executivo da Unem.

O setor vem crescendo organicamente, seja através das ampliações das indústrias, das biorrefinarias já em operação, e outros novos projetos.

Nolasco frisa, em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, que hoje o setor está mais focado na demanda do que no aumento da produção, visto o cenário de juros altos no país, Selic projetada para 15%, a insegurança em torno da tarifa de importação de etanol zerar e milho caro.

“É o momento do setor se organizar. A mensagem está sendo recalibrada, justamente porque nós temos desafios. É o momento de olharmos agora para a demanda. É lógico que o setor continua crescendo, se desenvolvendo, mas esse recuo é uma maturidade do setor analisando essas variáveis, principalmente a incorporação de oferta mediante a demanda”.

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