Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) para apurar fraudes em obras de perfuração de poços artesianos investiga 16 servidores públicos do estado. Além deles, seis empresas, ex-servidores e oito empresários ligados à à Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat) são alvos das investigações.
Segundo as investigações, o grupo fraudava contratos para perfuração de poços em comunidades rurais de diversos municípios. A polícia estima um prejuízo R$ 22 milhões aos cofres públicos.
Por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), estão sendo cumpridas 226 ordens judiciais, e os alvos são suspeitos de autorizar ou executar obras em desacordo com os contratos e com o objetivo social dos projetos.
Os mandados são cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, sendo 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 49 imóveis e de 79 bens móveis, além de bloqueios bancários de valores das contas dos investigados e das empresas.
As investigações identificaram poços construídos dentro de propriedades particulares, áreas de pastagens, plantações, garimpos e até dentro de uma granja, além de outros localizados em áreas urbanas — em completo desvio do objetivo de atender comunidades rurais.

Auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE) revelaram falhas graves durante a execução das obras e na fiscalização, resultando inclusive em pagamentos por poços secos ou improdutivos.
A CGE também apontou inexecuções parciais dos contratos, pagamentos indevidos e violações dos termos de contratação, consolidando o prejuízo milionário.
Diante das evidências, o Poder Judiciário determinou a realização de novas auditorias para apurar o dano em cada contrato e investigar possíveis direcionamentos nas contratações.
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