A região do ABC Paulista soma exportações da ordem de US$ 750 milhões aos Estados Unidos, segundo levantamento da subseção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Com a ameaça tarifária norte-americana, o setor diz estar “diante de uma ofensiva externa que ameaça diretamente a nossa indústria, os empregos do nosso povo e a soberania nacional”, segundo Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“O Grande ABC, berço da luta operária e da produção de alto valor agregado, está na linha de frente desses impactos. É inadmissível que medidas unilaterais tomadas lá fora ditem o futuro do nosso desenvolvimento”, pontua.
78% das exportações do ABC aos EUA são da pauta metalúrgica. O grupo aço e ferro é um dos principais vendidos pelo Brasil aos norte-americanos, e já vinha sofrendo com uma tarifa anterior levantada por Donald Trump contra a entrada do metal siderúrgico e do alumínio em solo estadunidense.
Agora, com a tarifa de 50% que o presidente dos EUA deve colocar em vigor contra os importados brasileiros no dia 1º de agosto, a avaliação é de que os exportadores devem sofrer impactos negativos com a alíquota mais dura.
“Defender a soberania é defender a capacidade do país de decidir seu próprio destino — e nós, trabalhadores, não vamos abrir mão disso”, pontua Selerges.