Por telefone, Lula pede fim do tarifaço e convida Trump para vir ao Brasil
Por telefone, Lula pede fim do tarifaço e convida Trump para vir ao Brasil
Após o encontro relâmpago na Assembleia Geral da ONU, em que disse ter “gostado” de Lula (PT), Donald Trump ligou para o presidente brasileiro na manhã desta segunda-feira (6). Desta vez, os dois chegaram a trocar números de telefone e Lula reforçou convite para Trump participar da COP30.
Presidente Lula. (Foto: Ricardo Stuckert)
Durante a ligação, Lula pediu ao presidente dos EUA a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros, além da suspensão das outras medidas restritivas aplicadas contra autoridades nacionais.
Lula ainda destacou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços – daí a importância de uma relação amigável entre os dois países.
Segundo Lula, a conversa durou cerca de 30 minutos e manteve a mesma “boa química” do encontro anterior, ocorrido em Nova York.
“Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente.”
Lula pelo Twitter.
Conforme Lula, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve”, afirmou Lula, sugerindo a possibilidade de um encontro durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia.
Lula também reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA), e informou que está disposto a viajar aos Estados Unidos para um novo diálogo.
“Eu e o presidente Trump trocamos telefones para estabelecermos uma via direta de comunicação.”
Lula pelo Twitter.
Participaram da conversa o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.
Entenda o tarifaço
Em agosto, Trump impôs uma tarifa de importação de 50% sobre produtos brasileiros, como forma de limitar a concorrência estrangeira. A medida, no entanto, também teve motivações políticas. À época, Trump mencionou suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
