A Pesquisa Censo Demográfico 2022: etnias e línguas indígenas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (24), revelou a existência de 391 etnias, povos ou grupos indígenas no Brasil. O Censo identificou ainda 295 línguas indígenas, com mais de 4 mil falantes de dois anos de idade ou mais.
Segundo o IBGE, 74% da população indígena (1,6 milhão) declararam etnia, sendo as mais populosas Tikúna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). No Censo de 2010, havia um total de 896.917 indígenas e 305 diferentes etnias.
Já com relação as línguas, as três com maior número de falantes são: Tikúna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212). No entanto, a pesquisa captou línguas faladas por grupos menores e até por uma única pessoa. Em 2010, foram identificadas 274 línguas entre os indígenas de cinco anos ou mais.
Os resultados da pesquisa destacam as diversas formas de organização social dos povos indígenas e múltiplos fatores que devem ser considerados na sua interpretação, como os movimentos migratórios, o processo de urbanização, os processos de autoafirmação e reemergência étnica, que ocorrem quando grupos indígenas voltam a se diferenciar perante outros grupos e a sociedade não indígena.
Dupla etnia

Em 2022, 73,08% dos residentes declararam ao menos uma etnia. O Censo captou, pela primeira vez, a dupla declaração de etnia, permitindo que indígenas declarem seu duplo pertencimento étnico, e 1,43% do total de indígenas declarou pertencer a duas etnias.
Conforme a pesquisa, a declaração de dupla etnia é mais comum entre os jovens de até 29 anos residentes em Terras Indígenas. Na análise por sexo, é notável poucas diferenças na participação de mulheres e homens nas etnias declaradas como única ou dupla etnia.
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