Seja Bem Vindo - 18/03/2025 00:35

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Alerta de falta de segurança nos estádios de futebol, após homem ser violentado por organização de time

O ano de 2025 começou de forma brutal no cenário das torcidas organizadas no Brasil, especialmente no estado de Pernambuco. Uma cena de extrema violência envolvendo torcedores das organizações de Santa Cruz e Sport causou constrangimento, dor e desespero, além de levantar questionamentos sobre a segurança dentro dos estádios de futebol.

Recentemente, no dia 1º de fevereiro, um homem, que não teve a sua identidade revelada na imprensa, sofreu um ataque de violência sexual e física no meio da rua, logo após o jogo. As imagens divulgadas nas redes sociais retratam o presidente do Sport sendo agredido por um grupo de homens, muitos dos quais vestiam camisas do time Santa Cruz. Conforme as informações, o homem foi arrastado para o meio da rua, teve suas roupas arrancadas e foi vítima de violência sexual com objetos que pareciam barras de ferro, enquanto continuava a sofrer ataques com socos, chutes e golpes de bastão. Durante a agressão física, a vítima desmaiou e os agressores aproveitaram para continuar.

A sociedade que acompanhou de perto, não buscou acabar com a violência e apenas filmaram com os dispositivos celulares, para divulgarem nas redes sociais. Neste dia, o Santa Cruz e o Sport se enfrentaram no Estádio Arruda, em um jogo que integrou a sexta rodada do Campeonato Pernambucano. O Santa Cruz liderava a competição com 10 pontos, enquanto o Sport ocupava a quarta colocação, acumulando nove pontos. Antes da partida, torcedores organizados das duas equipes colidiram nas ruas de Recife. A violência entre os torcedores resultou em 12 pessoas sendo atendidas no Hospital de Restauração de Pernambuco devido a agressões físicas.

Dentre essas, nove receberam alta e três ainda estavam internadas, felizmente sem registros de mortes. As autoridades também prenderam 14 indivíduos por participação nos tumultos nas áreas de Iputinga, Torre e Madalena, além de outros locais na Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social de Pernambuco, aproximadamente 650 torcedores foram levados ao Batalhão de Polícia de Choque antes do jogo, onde passaram por revista e foram escoltados até o estádio. Além disso, três pessoas foram detidas em flagrante na Delegacia de Paulista, tentando invadir o TI Pelópidas, e outras três detenções ocorreram no Cabo de Santo Agostinho, após confrontos que envolveram explosivos. Todos os incidentes estão sendo investigados pela Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva.

Devido à repercussão do caso, o governo de Pernambuco comunicou que aproximadamente 700 agentes de segurança foram destacados para intensificar a segurança nas proximidades do Estádio do Arruda, palco do jogo entre Santa Cruz e Sport. Antes do começo do jogo, 650 fãs foram levados ao Batalhão de Polícia de Choque, onde foram submetidos a revistas antes de serem autorizados a entrar no estádio.

O Hospital de Restauração de Pernambuco comunicou que 12 indivíduos, vítimas de violência física, foram admitidos na Emergência Geral. Nove pessoas já receberam alta, enquanto três permanecem hospitalizadas, sem ocorrência de óbitos.

O episódio evidenciou como a violência tem se tornado comum no cotidiano dos brasileiros, e o futebol não está imune a essa realidade. A violência se apresenta como um fenômeno social que, iniciando na sociedade, acaba refletindo nas arquibancadas dos estádios. Para entender a violência no futebol, é necessário analisar as questões sociais mais amplas que a influenciam, pois, as emoções intensas geradas durante as disputas esportivas acabam tornando o ambiente adequado para a manifestação de comportamentos violentos.

Segundo uma pesquisa realizada pela CNN/Itatiaia/Quaest, a falta de segurança é o principal fator que afasta os torcedores dos estádios no Brasil. Entre os 79% dos entrevistados que afirmaram não frequentar as arenas, 26% apontaram questões relacionadas à segurança como a principal razão para evitar os jogos. O Sudeste, região que concentra sete das oito maiores torcidas do país, tem a falta de segurança mencionada pelo maior número de pessoas (29%) como principal motivo para não frequentarem os estádios. No Nordeste, região com grandes clubes e rivalidades fortes, tanto estaduais quanto regionais, 25% dos entrevistados citaram a violência como o principal fator de afastamento dos estádios. A Região Norte, onde recentemente ocorreu um ataque de torcedores do Remo contra os do Corinthians, também apontou a segurança como à principal razão de afastamento, com 22% dos entrevistados. No Sul, embora 21% mencionem a falta de segurança, o maior percentual (24%) é daqueles que preferem a comodidade de ficar em casa ou ir ao bar ao invés de ir ao estádio. No Centro-Oeste, a segurança não foi mencionada de forma significativa, com apenas 14% dos entrevistados dizendo que a falta de segurança os afasta dos estádios, enquanto 26% afirmaram preferir a comodidade de ficar em casa ou ir ao bar, numa região onde a maioria da população torce por equipes do Sudeste.

Além da escassez na segurança, outros fatores também afastam os torcedores dos estádios. Entre diversos motivos, o segundo motivo mais citado foi à comodidade de ficar em casa ou ir ao bar, com 19% das respostas. O preço elevado dos ingressos foi apontado por 14% dos entrevistados, enquanto 12% mencionaram a falta de estádios nas cidades em que moram e 11% apontaram a dificuldade de acesso. Apenas 3% dos torcedores afirmaram que a dificuldade em conseguir ingressos é um fator que os afasta dos estádios.

O estudo foi baseado em 6.507 entrevistas com torcedores de 16 anos ou mais, realizadas em 325 cidades brasileiras entre 29 de março e 2 de abril de 2023, com margem de erro de 1,4 ponto percentual e nível de confiabilidade de 95%.

Após o caso, a Justiça decretou prisão preventiva de 13 dos homens presos em flagrante após atos de violência extrema no sábado (1º). A delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Beatriz Leite, disse que 32 pessoas foram conduzidas à delegacia do dia da confusão. Ainda segundo a delegada, dos 13 flagrantes convertidos em prisão preventiva, seis foram realizados no Recife e as outras sete, na Região Metropolitana, sendo quatro em Paulista e outros três no Cabo de Santo Agostinho. Com os presos, foram apreendidos materiais como barrotes de madeiras, canos de ferro, arames farpados e outros instrumentos.

Um relatório da Polícia Civil, mostra que a corporação sabia, antes do clássico, que as torcidas organizadas planejavam entrar em conflito no dia do jogo. Um dos trechos do documento informa que os membros das torcidas estavam confeccionando armas caseiras e marcando “pistas” — como são chamados os pontos para brigas de rua entre os integrantes. Conforme o coordenador do Núcleo do Torcedor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Antônio Arroxelas, a decisão atende a uma recomendação do órgão ministerial e busca combater a “aproximação” entre os clubes e os grupos de torcedores que praticam violência. Segundo ele, há tolerância às torcidas organizadas por parte dos clubes e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF).

A proibição foi criticada pela diretoria do Sport, que anunciou que vai recorrer da determinação à Justiça Segundo o promotor, a medida anunciada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), fundamentada na recomendação do MPPE, busca pressionar os clubes e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) a elaborar um “plano eficiente” para coibir a violência praticada por integrantes das organizadas. Proibição de torcidas Como resposta à onda de violência causada pelas brigas entre as torcidas organizadas, o governo de Pernambuco anunciou, na noite do sábado (1º), a proibição da presença de torcedores em cinco jogos do Santa Cruz e do Sport. A medida foi publicada, no mesmo dia, em uma edição extra do Diário Oficial.

O documento determina que as próximas cinco partidas organizadas pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no estado, sejam realizadas com “portões fechados”, sem torcida. Além disso, o Ministério Público de Pernambuco recomendou que os clubes realizassem o cadastramento biométrico de seus torcedores.

Resposta

A Federação Pernambucana de Futebol emitiu uma nota assinada por dirigentes dos dez clubes que participam da primeira divisão do Campeonato Pernambucano. No documento, o órgão discorda da proibição de torcida nos jogos do Sport e do Santa Cruz, medida a que chama de “desproporcional” e que “penaliza injustamente milhares de torcedores e toda a cadeia de trabalhadores que dependem do futebol”. A FPF também diz que os clubes “nada têm a ver com os episódios de violência ocorridos no último sábado Por fim, a federação também diz que a governadora Raquel Lyra “foi induzida a erro” e requer que a decisão “seja revista e que as medidas de segurança sejam voltadas ao enfrentamento direto aos criminosos, assegurando a presença dos verdadeiros torcedores nos estádios e a continuidade saudável do nosso futebol”.

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