Levantamento do Instituto Real Time Big Data revelou, nessa semana, uma melhora significativa na avaliação do presidente Lula junto ao eleitorado. As percepções positivas superaram as negativas após longo período em baixa.
Para se ter uma ideia, no dia 14 de julho, 43% das avaliações eram de ruins ou péssimas, enquanto boas e ótimas eram 30%. Ao longo do tempo, essas porcentagens apresentaram pequenas variações, até que, no final de setembro, as linhas do gráfico começaram a se aproximar, culminando, em 7 de outubro, com uma inversão em forma de X: 37% das opiniões positivas contra 35% negativas.
Diversos fatores contribuíram para essa mudança, incluindo estratégias políticas e de governo adotadas por Lula. Entre elas está a reestruturação da equipe de comunicação, com a entrada de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social. A medida resultou no fortalecimento das campanhas nas redes sociais, com conteúdo mais ativo e próximo do público, por meio do uso de linguagem popular e hits da Internet.
No âmbito econômico, a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil ganhou ampla aceitação popular, ampliando o diálogo do presidente com diferentes segmentos da sociedade e alimentando uma atmosfera de pré-campanha.
Além disso, a desorientação das forças de oposição, agravada pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, criou um ambiente de maior fragmentação de discursos e ausência de liderança forte na direita. Um terreno fértil para fortalecimento do apoio ao governo Lula.
Por fim, a retomada do diálogo diplomático com os Estados Unidos, após o tarifaço e as tensões com Donald Trump, também contribuiu para melhorar a imagem internacional de Lula. A virada do jogo contou com participação ativa do vice-presidente Geraldo Alckmin, que atuou para acalmar o setor empresarial e promover uma aproximação entre os governos brasileiro e americano, revertendo a imagem de inabilidade diplomática de Lula.
O que o Lulômetro mostrará nos próximos meses vai depender de uma combinação de fatores, especialmente do desenrolar da política econômica, que precisará estar alinhada às demandas populares para sustentar o momento positivo. Mas como fazer política não é como fazer cálculo matemático, ainda poderemos acompanhar muitas variações tanto dos gráficos quanto do humor dos eleitores brasileiros.
Wilson Pedroso é consultor eleitoral e analista político com MBA nas áreas de Gestão e Marketing
* A opinião do articulista não reflete necessariamente a opinião do PNB Online