Internada há quase um mês no Hospital Estadual Santa Casa com a filha Estela, de sete anos, a dona de casa Marcela Palma, 29 anos, conta os dias para deixar o hospital e passar o Dia das Mães em casa. A menina está em tratamento contra uma pneumonia bilateral, e Marcela diz que o maior presente será vê-la saudável novamente. “Ser mãe é uma entrega total”, resume.
Na última terça-feira (6), mãe e filha aproveitaram a brinquedoteca da unidade hospitalar, mantida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), enquanto aguardavam a tão esperada alta médica. “Um mês aqui dentro… Ela perdeu o aniversário do pai, da avó, a Páscoa. O que mais dói é ver as vontades dela passando”, contou Marcela. Já Estela tinha um desejo simples: comer uma pizza de estrogonofe de carne.
A presença constante das mães durante as internações é considerada essencial para a recuperação dos pequenos, segundo o diretor técnico da Santa Casa, Osvaldo Mendes, cirurgião pediatra com mais de 40 anos de experiência. “Ela é uma auxiliar de importância essencial para a recuperação dos filhos. Ajuda na recuperação e oferece uma tranquilidade fundamental para o tratamento”, afirmou.
O hospital conta com uma equipe multiprofissional que oferece suporte não só para os pacientes, mas também para os acompanhantes. “Não é só curar a doença. É tratar também a mente da criança, do adulto e de quem acompanha. Ter alguém próximo é fundamental”, acrescentou Mendes.
A dedicação das mães se repete em outras alas da Santa Casa. A profissional administrativa Thaynara Cristina Dias, 21, acompanhava o filho de nove meses internado com pneumonia. “O atendimento é ótimo. Cuidam bastante da gente”, relatou.
Na ala de oncologia, a dona de casa Kerolayne Rocha da Silva, 31, estava desde o dia anterior com o filho Lorenzo, de sete anos, que trata um sarcoma desde fevereiro. Apesar da expectativa de permanecer no hospital por mais dez dias, ela comemorou a alta médica concedida na quinta-feira (8). “O sorriso do meu filho é o melhor presente para mim neste momento”, disse. Kerolayne elogiou o atendimento da unidade: “Tem toda uma atenção voltada para nós. Psicóloga, equipe… A gente é muito bem assistido aqui”.
Já a açougueira Josiane Batista Barbosa, 33, conhece bem a rotina do hospital. A filha, Loys Rhavenna, de seis anos, trata um meduloblastoma há um ano e meio. “Ela adora a brinquedoteca. É o cantinho dela, onde está mais acolhida. Aqui é a segunda casa dela”, contou. Josiane é quem sempre acompanha a filha nas internações, enquanto o pai da menina cuida do outro filho do casal.
Com 25 leitos cirúrgicos, 25 leitos clínicos e 19 leitos de pronto atendimento infantil, a Santa Casa dispõe de duas brinquedotecas, uma delas exclusiva para crianças da ala de oncologia, e uma sala especial para mães que acompanham pacientes na UTI. Em 2024, a unidade realizou 2.346 cirurgias pediátricas e 43.594 atendimentos pediátricos no pronto atendimento, número que já chega a 17.818 neste ano. O hospital também reformou o setor de emergência infantil, ampliando a capacidade de atendimento de 70 para 120 crianças por dia.