As eleições legislativas da Argentina serão realizadas no dia 26 de outubro e podem definir o futuro do atual presidente argentino, Javier Milei. Durante participação no WW, Roberto Dumas, professor de Economia do Insper, afirma que o pleito é crucial para saber se as reformas econômicas devem continuar no país.
“Se Milei perder as eleições legislativas, é bem provável que saia mais capital”, detalha.
Dumas explica que o peso argentino encontra-se sobrevalorizado em termos reais, uma situação que remete a experiências anteriores de crises financeiras na América Latina e na Ásia.
“A Argentina tem uma dívida externa de US$ 96 bilhões, dos quais 44 bilhões são devidos ao FMI (Fundo Monetário Internacional) até 2027”, relembra o especialista. Para ele, um aporte de US$ 20 bilhões, como o previsto para 2025, com a ajuda do presidente americano, Donald Trump, poderia ser perdido em apenas três ou quatro dias.
O resultado das eleições pode ser determinante para a criação de um Banco Central independente, o que pode permitir uma certa flutuação cambial, adotando metas para a inflação. Para Dumas, o governo argentino poderia seguir um “modelo semelhante ao implementado no Brasil em 1999”, pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.