Imagens geradas por inteligência artificial (IA) estão revelando à população cuiabana uma nova perspectiva de seu patrimônio: como seria o centro histórico da capital mato-grossense se estivesse completamente revitalizado e livre da poluição visual causada pela fiação elétrica e de telefonia. A iniciativa foi realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em resposta a um inquérito civil do Ministério Público Estadual, que questionou o impacto desses cabos na paisagem urbana.
O trabalho do Iphan foi realizado na última quarta-feira (25/06) pelo servidor Adriano Orivaldo de Barro. O documento foi elaborado após um requerimento do Ministério Público de Mato Grosso, que solicitou informações para subsidiar um inquérito civil para apurar a fiação aérea no centro histórico, que acaba provocando poluição visual.
O trabalho, apresentado em Nota Técnica elaborada pela Divisão Técnica do IPHAN-MT, mostra fotografias comparativas de casarões, igrejas e praças icônicas, como o Museu da Imagem e do Som, a Igreja do Rosário e São Benedito, e a Praça da República, todas projetadas digitalmente sem a presença de postes e fios. O objetivo é sensibilizar autoridades e sociedade para a urgência da remoção da fiação aérea — um problema antigo, debatido desde os anos 1990, mas que ainda não saiu do papel devido a custos elevados e à complexidade de execução.
Segundo o documento, a fiação aérea compromete a contemplação dos detalhes arquitetônicos, desvaloriza o patrimônio tombado e impacta negativamente o turismo e a mobilidade de pedestres.
A proposta defendida pelo IPHAN é o enterramento gradual da rede elétrica, aliado a medidas de curto prazo para organização dos cabos existentes. Para isso, o instituto recomenda a articulação entre poder público, concessionárias de energia e telecomunicações, e a própria comunidade, numa ação conjunta que garanta um futuro mais harmônico para o coração histórico de Cuiabá.
