A Intel nomeou um novo presidente-executivo, enquanto a gigante fabricante de chips tenta se recuperar de anos difíceis em que a antiga líder do setor ficou para trás da maioria de seus rivais.
A empresa anunciou nesta quarta-feira (12) que nomeou o antigo investidor em tecnologia e executivo da indústria de semicondutores Lip-Bu Tan como presidente-executivo, após o ex-CEO Pat Gelsinger ter renunciado em dezembro.
Depois do anúncio, as ações da Intel saltaram quase 13% no final do expediente. No fechamento desta quarta-feira, as ações da empresa caíram mais de 54%, sinalizando preocupações dos investidores sobre o futuro da empresa.
Tan passou mais de uma década como CEO da companhia de design de tecnologia Cadence Design Systems, onde liderou uma “reinvenção da empresa”, de acordo com a Intel. Ele também é sócio-gerente fundador da Walden Catalyst Ventures, que investe em semicondutores, IA, nuvem e outras tecnologias avançadas.
“Lip-Bu é um líder excepcional cuja expertise na indústria de tecnologia, relacionamentos profundos em todos os ecossistemas de produtos e fundição e histórico comprovado de criação de valor para os acionistas são exatamente o que a Intel precisa em seu próximo CEO”, disse o presidente executivo interino da Intel, Frank Yeary, em comunicado. Yeary voltará a ser o presidente independente do conselho quando Tan assumir o comando em 18 de março.
Tan terá uma tarefa enorme em mãos quando assumir a Intel, que perdeu em grande parte as revoluções da computação móvel e da tecnologia de IA — cedendo o domínio a rivais como Qualcomm e Nvidia. Rumores de uma aquisição circularam nos últimos meses, à medida que o futuro da Intel parecia incerto.
E Tan terá a responsabilidade de provar que pode ser um CEO mais eficiente do que Gelsinger, o veterano da empresa que foi visto como uma espécie de filho pródigo quando assumiu o cargo em 2021, mas não conseguiu reverter a crise da companhia.
Em agosto, a empresa disse que demitiria 15% de sua equipe como parte de um esforço para cortar US$ 10 bilhões em custos. E em novembro, a Intel perdeu seu lugar no Dow Jones Industrial Average para a Nvidia, marcando o fim de uma corrida de 25 anos, desde que foi uma das duas primeiras empresas de tecnologia incluídas no índice de blue chips.
O esforço para revitalizar a companhia, há muito tempo um pilar da indústria de tecnologia americana, ocorre enquanto o presidente Donald Trump, assim como seu antecessor Joe Biden, busca encorajar o investimento na fabricação de chips nos EUA.
A fabricação avançada de semicondutores é vista como uma questão importante para a segurança nacional já que os chips alimentam inúmeros produtos tecnológicos, de iPhones e sistemas de IA a armas e dispositivos médicos.
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company anunciou no início deste mês que investirá pelo menos US$ 100 bilhões para expandir suas operações nos EUA.
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