O governo federal pode reduzir os impostos sobre alimentos para conter os preços, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A intenção é diminuir as alíquotas de produtos produzidos no Brasil. A informação foi repassada à imprensa nacional após uma reunião ministerial, que discutiu medidas para controlar a inflação.
O ministro explicou que se os preços dos produtos do mercado internacional estiverem mais baixos do que os produzidos em território nacional, a alíquota de importação dos itens será reduzida.
“Ou seja, se produtos que estejam com o preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir pelo menos para o patamar internacional”.
Rui Costa, chefe da Casa Civil.
Os preços dos produtos serão alterados a partir do movimento que poderá baixar as alíquotas. O ministro explicou que não haverá subsídio e nem supermercado estatal na medida de contenção da inflação. “Não terá alimento sendo vendido fora do prazo de validade”, destacou Rui Costa.
O ministro contextualizou o cenário e disse disse ainda que os preços dos alimentos “se formam no mercado e não artificialmente” e que as expectativas para 2025 são “positivas” em função do aumento da produção de alimentos.
“A convicção do governo brasileiro é que os preços se formam no mercado, não são feitos artificialmente. Para 2025, as expectativas são extremamente positivas de uma super safra e isso fará com que tenha uma maior oferta que vai levar a um menor preço. Há uma expectativa forte. A Conab, na pesquisa que faz em todas regiões com vários produtos, também apresentou uma expectativa crescimento bastante robusto da safra desse ano. Por exemplo, o arroz terá crescimento de 13%, feijão de 5%, e a safra em geral terá aumento 8,2%”.
Rui Costa, chefe da Casa Civil.
Os produtos que podem ser beneficiados pela medida são os que compõe a cesta básica, como arroz, feijão, frutas, legumes e até mesmo alguns cortes de carne.
Inflação afetou o prato do brasileiro
Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o aumento dos preços dos alimentos fez o prato do brasileiro ficar mais caro no ano passado. Consequentemente, 2025 se iniciado com valores pressionados pela inflação.
A prévia da inflação de janeiro indicou um aumento de 1,06% nos preços de alimentos e bebidas no mês, o que ajudou a impulsionar o índice geral, que registrou uma alta de 0,11%. Segundo especialistas, a disputa internacional, a escalada do dólar em 2024 e os eventos climáticos adversos são componentes que contribuíram para que a cesta básica ficasse mais cara.
Alguns alimentos ficaram muito mais caros ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografias e Estatística). Veja abaixo alguns dos itens com maiores percentuais de aumento:
- 🍊laranja-lima ⬆️ 91%;
- 🥩carne ⬆️ 20,8%;
- 🥛leite ⬆️ 18,8%;
- ☕café ⬆️ 39,6%;
- 🧈manteiga ⬆️ 6,13%;
- 🥖pão ⬆️ 3,27%.