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Obras de artistas de MS serão obrigatórias nos vestibulares da UFGD

As obras dos artistas da música, das artes visuais e da literatura sul-mato-grossense se tornaram matéria de estudo obrigatória para os candidatos aos vestibulares da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). A universidade divulgou a lista de manifestações artísticas produzidas em terras pantaneiras que serão cobradas nas provas de 2026, 2027 e 2028.

Revisitando Debret, do artista visual Leo Marreco. (Foto: Leo Marreco)
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Arte-protesto de MS

Entre as obras selecionadas está o lambe-lambe Revisitando Debret, do artista visual Leo Marreco. Feita no muro de um terreno baldio da Avenida Presidente Ernesto Geisel, próximo ao shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande a obra é uma releitura do quadro Jantar Brasileiro (1827), do icônico pintor Jean-Baptiste Debret (1768-1848), que retratava o cotidiano racista e escravocrata do Brasil colonial.

O artista atualizou a obra acrescentando um celular, hambúrguer do McDonald’s, Coca-Cola e uma caixa de entregas, uma crítica direta aos novos hábitos — e vícios — de uma sociedade cada vez mais refém dos frutos do capital.

“Pra mim, isso é a coisa mais valiosa que a arte pode proporcionar: ser reconhecida intelectualmente e se tornar objeto de estudo por milhares de estudantes. Esse é o papel da arte: de humanização e de acesso realmente. Durante a minha vida inteira fui estudante de escola pública, me formei em universidade pública e hoje sou professor da rede pública. Poder colaborar de alguma forma com a educação através da minha arte é incrível.”

Leo Marreco, artista visual.

O artista espera que a obra possa contribuir para a valorização desse tipo de manifestação artística no estado.

“Ter essa validação de uma instituição respeitada como a UFGD foi realmente incrível. Mostra a potência que a arte urbana e o lambe-lambe têm: arte totalmente acessível e democrática, que muitas vezes a população não valoriza ou tem preconceito.”

Leo Marreco, artista visual.

Quem também teve o trabalho reconhecido é a rapper douradense SoulRa, de 29 anos, que tem cinco anos de carreira, um álbum e 19 singles lançados, entre solos e parcerias. A canção À Flor da Pele, da artista, foi selecionada para o vestibular de 2027 da UFGD. SoulRa admite que foi pega de surpresa.

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SoulRa. (Foto: Instagram)

“Talvez eu subestime o alcance ou impacto dessas criações. E meu nome apareceu ao lado de clássicos da música brasileira. Isso choca um pouco também.”

SoulRa, rapper.

À Flor da Pele é a primeira composição de SoulRa, resultado de um acúmulo de sentimentos e vivências reprimidas ao longo de sua vida.

“Compreender a luta retirante dos meus pais para conseguirem estudar e nos criar dignamente, o racismo que vivi dentro e fora do ambiente acadêmico e também vi meu pai, enquanto professor, ‘driblar’ diariamente com uma postura impecável e muito conhecimento, tudo isso foi bagagem para que essa canção traduzisse as diversas realidades que atravessam a classe trabalhadora. Eu quis começar minha carreira de fato mostrando como penso e por quem trabalho.”

SoulRa, rapper.

Muitos alunos da educação pública de Dourados já tiveram contato com a artista, que todos os anos visita diversas escolas para falar sobre sua experiência na escola pública, arte como profissão, recortes raciais e sistema de cotas, além de conversar sobre suas músicas e realizar um pocket show.

A artista também já brilhou no Na Língua do PP, podcast do Primeira Página, e já até concorreu ao Prêmio Multishow.

“Sou inteiramente fruto da educação pública, então tenho um carinho especial por ela. Acredito muito no poder da educação, das crianças e da juventude, e dedico minha energia a eles porque são a base e o futuro. Também abro espaço para que os alunos contribuam com suas experiências e cantem ou declamem seus escritos. É uma troca muito linda.”

SoulRa, rapper.

Além dos trabalhos de SoulRa e Leo Marreco, também foram selecionadas a obra Uirapuru, do jovem escritor Febraro de Oliveira; a canção Che Machu Manda Ákuemi, da MC indígena Ararandá; e a obra Ontem/Foto Performance e Integralidade, do artista visual Raique Moura.

A seleção

Conforme a UFGD, as obras selecionadas consideram a representatividade de artistas locais/regionais e a diversidade de gênero/raça/etnia dos autores. O processo de escolha envolve indicações feitas por professores de escolas do ensino médio da região da Grande Dourados e também de cursos superiores da área de Letras.

Após essa indicação, o centro de seleção forma uma comissão com sete professores da área de Letras para a escolha das obras. Esses profissionais realizam uma pré-votação para a escolha de 10 obras de cada modalidade. Em seguida, é realizada uma nova votação, onde são selecionadas as 5 obras mais votadas de cada modalidade. Todas as votações ocorreram por formulário online.

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