Preso na Operação Spotless do Gaeco o prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), pediu afastamento do cargo nesta quinta-feira (11). Ele é suspeito de integrar esquema de desvios milionários em fraude em contratos no município.
Conforme o advogado de defesa de Henrique, o advogado Julicezar Barbosa, o prefeito pediu o afastamento para focar em sua defesa.
“Henrique foi surpreendido com a operação, pois sempre pautou sua vida em honestidade e transparência. Pediu afastamento do cargo para poder se concentrar em sua defesa. E aguarda a evolução das apurações, depositando na Justiça a confiança de que a verdade provará sua inocência”.
O vice-prefeito, Arlindo Landolfi (Republicanos), tomará posse como chefe do Executivo em sessão na Câmara Municipal nesta sexta-feira (12).
-
Operação Spotless: contratos fraudados somam R$ 15 milhões
-
Terenos cancela tradicional Festa do ovo após prefeito ser preso em operação
A Câmara Municipal de Terenos informou por meio de nota que realizara coletiva de imprensa às 8h no legislativo para pronunciamento oficial. “A Câmara Municipal fará pronunciamento oficial, apresentando à sociedade os encaminhamentos institucionais cabíveis, sempre pautados pela lei e pela preservação da estabilidade administrativa do município e da continuidade dos serviços públicos”, disse em nota.
R$ 15 milhões em licitações fraudadas
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deflagrou na terça-feira (9) a Operação Spotless, que cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 59 mandados de busca e apreensão nos municípios de Terenos e Campo Grande. O prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), foi um dos alvos preso na ação que investiga R$ 15 milhões em licitações fraudadas.
A ação teve apoio do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e contou com a participação do Batalhão de Choque e BOPE.
As investigações apontam a existência de uma organização criminosa instalada em Terenos, comandada por um agente político. O grupo usava servidores públicos para fraudar licitações, manipulando editais e simulando concorrência entre empresas.
De acordo com o MP, os contratos direcionados pelo esquema ultrapassaram R$ 15 milhões apenas no último ano. Para garantir a execução das fraudes, havia ainda o pagamento de propina a servidores, que atestavam falsamente o recebimento de produtos e serviços ou aceleravam a liberação de pagamentos.
O MPMS chegou ao grupo a partir de provas coletadas na Operação Velatus, incluindo mensagens e dados de celulares apreendidos. O material revelou o funcionamento do esquema e ajudou a identificar o líder da organização crimino