O projeto ‘Viabilidade econômica de assentamentos rurais nos três biomas de Mato Grosso: Análise integrada de sustentabilidade, carbono e dinâmica territorial’, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), foi selecionado no edital Projetos de Pesquisa em Economia Sustentável na Amazônia, promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS). A proposta foi uma das seis selecionadas entre 221 inscritas e receberá R$ 1.443.000 para execução.
Apoiado pelo Bezos Earth Fund, o edital destinará R$ 10 milhões aos seis projetos de instituições científicas da Amazônia Legal, dentre eles o da Unemat. As propostas vieram dos nove estados que compõem a região: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
As pesquisas contemplam três eixos: bioeconomia e desenvolvimento socioeconômico, segurança pública e desenvolvimento rural sustentável. O projeto da Unemat integra este último grupo.
A iniciativa visa demonstrar e operacionalizar a viabilidade social e econômica da agricultura familiar de baixo carbono, promovendo a manutenção da floresta em pé. Serão analisados assentamentos rurais representativos nas três ecorregiões de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.
O estudo analisará, de forma integrada, a gestão dos fluxos de carbono, as práticas produtivas rurais, a dinâmica de uso do solo e os impactos na geração de renda e emprego. Também avaliará a inserção de pequenos produtores em mercados de crédito de carbono, além da viabilidade de mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), buscando modelos de negócio replicáveis que conciliem desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
Coordenado pelo professor e pesquisador da Unemat, Rodrigo Zanin, o projeto tem duração de 24 meses e prevê entregas técnicas e científicas ao longo da execução, com foco em subsidiar políticas públicas e fortalecer o ecossistema de negócios sustentáveis, como artigos científicos, documentos técnicos, recomendações técnico-científicas apresentadas a órgãos públicos, formação e capacitação de jovens pesquisadores. “Este projeto agrega pesquisadores de diferentes instituições e busca mostrar alternativas para que os assentamentos sejam economicamente viáveis, respeitando suas realidades locais e garantindo a floresta em pé”, ressaltou Zanin.
O EDITAL
Os recursos do iCS financiarão pesquisas aplicadas que sejam voltadas ao aprimoramento de políticas públicas e privadas que promovam economias baseadas na conservação e restauração das florestas amazônicas.
Cada projeto contará com uma rede de pesquisadores e técnicos de diversas instituições: ao todo são 95 pesquisadores, 70 bolsas de pesquisa e 84 organizações envolvidas, distribuídas em dez unidades federativas (Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e São Paulo) e três países (Brasil, Alemanha e Estados Unidos).
“Estamos muito satisfeitos com o resultado do edital e a qualidade das propostas recebidas. Elas têm um potencial enorme de produzir, sistematizar e consolidar dados e informações de qualidade baseados em evidências para subsidiar a melhor tomada de decisões e impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável da Amazônia”, afirmou a diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Maria Netto.
“Recorremos às pessoas que mais conhecem a Amazônia para liderar o caminho rumo a economias que protegem a floresta — e elas estão entregando resultados”, disse Daniel Schensul, assessor para desenvolvimento econômico sustentável do Bezos Earth Fund.
Os projetos têm início previsto para 2026, com o objetivo de consolidar a Rede de Pesquisa para uma Economia Sustentável da Amazônia (Resa), uma iniciativa do iCS com financiamento do Bezos Earth Fund voltada a fortalecer a comunidade científica amazônica e fomentar pesquisa aplicada em economia sustentável.