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Veto a atletas trans de competições pode tirar Cuiabá do calendário esportivo nacional

Cuiabá pode ser impedida de sediar competições nacionais e internacionais após a nova lei que proíbe atletas trans de competir em equipes do sexo oposto ao seu sexo biológico. A medida foi aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Abilio Brunini (PL) na segunda-feira (15).

Nova lei proíbe participação de mulheres trans em equipes femininas, gerando risco para torneios (Foto: Reprodução)

A lei pode colocar a capital em conflito com regras de confederações nacionais e internacionais, que incluem diretrizes de inclusão de atletas trans.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou em 17 de novembro de 2021 o documento “IOC Framework on Fairness, Inclusion and Non-Discrimination on the Basis of Gender Identity and Sex Variations”, que estabelece princípios de justiça, inclusão e não discriminação com base na identidade de gênero e variações de sexo.

O COI destaca que essas diretrizes foram desenvolvidas após ampla consulta a atletas, federações internacionais, especialistas jurídicos e médicos, e oferecem dez princípios para auxiliar entidades esportivas a definir critérios justos e inclusivos para seus esportes, considerando também aspectos éticos, sociais, culturais e legais.

De autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), a lei determina que atletas trans só poderão competir em equipes correspondentes ao sexo de nascimento, sem exceção. O artigo 2º do texto define transgênero como “a pessoa que tem identidade de gênero ou expressão de gênero diferente de seu sexo biológico”.

rafael ranalli 2

No projeto que resultou na lei, Ranalli declarou que o objetivo é “proteger a competição feminina” e garantir a “equidade esportiva” em disputas oficiais, citando experiências semelhantes adotadas em alguns estados dos Estados Unidos e no Reino Unido.

A própria assessoria do parlamentar informou que campeonatos, independentemente de serem nacionais ou não, terão que ir para outra cidade caso as normas do evento permitam a participação de atletas trans em campeonatos considerados femininos.

Penalidades previstas

Federações, clubes ou entidades que descumprirem a norma podem ser multados em R$ 5 mil. O artigo 4º ainda prevê que atletas trans que omitirem a informação serão enquadrados como se tivessem cometido doping, ficando sujeitos ao banimento da prática esportiva.

Lei Gazeta Cuiaba

Possíveis impactos

Essa divergência entre a lei municipal e padrões internacionais pode levar à exclusão da cidade como sede de torneios oficiais, comprometendo competições importantes e prejudicando clubes locais, atletas e toda a cadeia econômica ligada ao esporte, como hotéis, transporte e turismo.

Organizações esportivas e federações podem avaliar alternativas para manter padrões de inclusão, o que poderia levar à transferência de eventos para outras cidades.

Com a lei em vigor, Cuiabá se torna a primeira capital do país a adotar restrição explícita à participação de atletas trans em competições oficiais.

Caso a norma seja aplicada sem ajustes, a cidade corre o risco de comprometer seu histórico como sede de jogos nacionais e internacionais, incluindo eventos de categorias de base, torneios estaduais e competições federativas que movimentam milhares de atletas e profissionais do esporte.

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