Seja Bem Vindo - 05/07/2025 14:49

  • Home
  • Geral
  • Projeto transforma borracha em biojoias e promove inclusão de mulheres e jovens no extrativismo

Projeto transforma borracha em biojoias e promove inclusão de mulheres e jovens no extrativismo

Um projeto realizado com extrativistas do Distrito de Ouro Branco, município de Itiquira, tem transformado o látex extraído dos seringais em novas oportunidades, com o talento criativo de mãos femininas, que transformam o que a floresta oferece em arte, renda e dignidade.

O projeto “Borracha: viabilidade econômica, social e ambiental a partir da renovação sustentável do seringal”, financiado pelo Programa REM MT e executado pela Cooperativa de Seringueiros de Ouro Branco (COOPSOB), já celebra resultados expressivos na comunidade. A iniciativa vem promovendo o fortalecimento da cadeia produtiva da borracha com foco na sustentabilidade, na inclusão de mulheres e jovens e na valorização de produtos da sociobiodiversidade, como as biojoias.

O projeto foi estruturado para enfrentar desafios históricos da região, como o envelhecimento dos seringais, a ameaça do avanço da monocultura e a necessidade de diversificação produtiva. A partir de ações estratégicas, a COOPSOB conseguiu não apenas iniciar a renovação das áreas de cultivo com a implantação de um viveiro com 70 mil mudas de seringueiras, mas também introduzir culturas complementares, como café, mel, maracujá, banana, cacau e espécies nativas do cerrado.

PROTAGONISMO FEMININO E BIOJOIAS

O projeto impulsionou a criação do grupo Flores da Seringueira, que se tornou símbolo do empoderamento feminino na cooperativa. As mulheres ganharam protagonismo não apenas na produção, mas também em espaços de fala e decisão. Em uma das oficinas de avaliação, a apresentação dos resultados foi conduzida exclusivamente por participantes femininas, demonstrando a transformação gerada pelo projeto.

Com o apoio de uma consultora especializada e a aquisição de equipamentos, as mulheres do grupo desenvolveram brincos, colares, pulseiras, tecidos emborrachados, anéis, bolsas e carteiras. A venda desses produtos em feiras e eventos, com apoio logístico garantido por um veículo adquirido pela cooperativa, ampliou a visibilidade e o valor agregado da produção.

“Quando a gente começou o projeto, não tínhamos essa atividade de produção de biojoias. Hoje, esse trabalho já se perpetuou e conseguimos dar visibilidade para as mulheres e jovens que antes estavam no anonimato. Esse era um desafio muito grande da cooperativa que conseguimos superar com o projeto”, destaca Rubens Soares Ribeiro, coordenador do projeto.

Cristiane Silva, diretora da COOPSOB, afirma que o projeto revelou talentos antes ocultos dentro da própria comunidade: “Com o projeto do REM, a gente descobriu novos talentos da comunidade, que a gente não sabia que existia. Então, foi uma descoberta do projeto, que trouxe isso pra gente. Além de fomentar a parte de comércio, a gente acabou estendendo para essas mulheres e jovens que estavam invisíveis”.

OUTRAS AÇÕES DO PROJETO

Além da produção de biojoias, o projeto promoveu a comercialização de 796 toneladas de borracha, gerando um faturamento bruto de cerca de R$895 mil. A aquisição de parceiros comerciais foi essencial para equilibrar a queda na produção interna e expandir os canais de venda, fortalecendo a parte comercial da COOPSOB.

O projeto também incorporou práticas sustentáveis e tecnologias de baixa emissão de carbono, contribuindo para a conservação ambiental e a proteção dos seringais. Foram realizados dois dias de campo voltados à difusão de tecnologias sustentáveis, além de reuniões estratégicas com os Grupos de Trabalho do Viveiro e das Mulheres, fortalecendo a gestão participativa e o engajamento comunitário.

O carregamento da borracha nos caminhões de transporte era realizada manualmente. Com o recurso do projeto, a cooperativa pôde desenvolver implementos que mecanizaram o processo, trazendo melhorias na qualidade de vida dos seringueiros e maior segurança, além de otimizar o trabalho de pesagem.

Um viveiro foi estruturado com sistemas de irrigação e rede de captação de água, passou por diversas etapas, desde a construção inicial e germinação das sementes até a poda pós-enxertia. Além das mudas de seringueira, foram cultivadas 17 mil mudas de café, 4 mil mudas de maracujá, 800 de banana, 200 de cacau e 200 de espécies nativas, atendendo à renovação e diversificação dos plantios em mais de 100 hectares, incluindo 37 hectares destinados a Sistemas Agroflorestais (SAFs).

Com foco no fortalecimento da governança e na qualificação dos cooperados, foram realizados três módulos de formação em cooperativismo, oficinas de segurança do trabalho e uso de EPIs, além de capacitações específicas para 21 mulheres na produção de biojoias. No total, 115 pessoas foram beneficiadas diretamente, sendo 43 mulheres, 62 homens e 10 jovens.

LEGADO DE TRANSFORMAÇÃO

A avaliação coletiva realizada ao final do projeto com os beneficiários gerou recomendações para sua continuidade e expansão. Os participantes destacaram avanços significativos na geração de renda, na inclusão produtiva e na conscientização ambiental. O fortalecimento da cooperativa, a valorização da diversidade de saberes e a inclusão de mulheres e jovens consolidam o projeto como modelo de desenvolvimento territorial sustentável.

“Que o Programa REM MT continue a incentivar as comunidades, assim como incentivou a nossa, pois é isso que elas precisam, de oportunidades para mostrar novos talentos, novos produtos. Esse apoio é muito necessário lá na ponta. A COOPSOB teve essa oportunidade dentro do projeto e conseguimos alavancá-lo com as biojoias. Então, continue, sim, a investir nessas comunidades que o resultado virá, assim como veio para nós”, conclui Rubens Soares Ribeiro.

O projeto da COOPSOB demonstra que, com investimento estratégico, apoio técnico, oportunidades para mulheres e jovens e protagonismo comunitário, é possível estruturar uma cadeia da borracha mais justa, resiliente e sustentável, com foco na floresta em pé, mulheres empoderadas e comunidades valorizadas.
Confira o vídeo com os resultados do projeto no canal do Youtube do Programa REM MT, nas redes sociais e site, ou clicando AQUI.

CONHEÇA O REM MT

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento.

Na fase I do Programa REM MT, foram apoiados 157 projetos, beneficiando 144 organizações sociais, entre elas, 114 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as 603 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 107 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 35 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022.

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) .

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Projeto transforma borracha em biojoias e promove inclusão de mulheres e jovens no extrativismo

Reprodução Um projeto realizado com extrativistas do Distrito de Ouro Branco, município de Itiquira, tem…

Profissionais da Educação lideram licenças médicas em MT

Os servidores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) lideram o número de licenças médicas…

Ex-vereador é condenado por usar carro da Câmara de Guiratinga para pedir voto

A Justiça Eleitoral condenou nessa quinta-feira (3) o ex-vereador Carlos Augusto Rodrigues Borges (PSB), de…